Em 1994 a documentação desses órgãos veio à consulta pública a partir da abertura dos arquivos do DOPS, o que permitiu às famílias de pessoas perseguidas e desaparecidas durante a ditadura militar encontrarem informações sobre seus entes, além de favorecer pesquisas sobre esse período de nossa História e sobre a forma como esses órgãos funcionavam.
Qual é a função do DOPS do Brasil?
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Departamento de Ordem Política e Social ( DOPS ), criado em 30 de dezembro de 1924, foi um órgão do governo brasileiro utilizado principalmente durante o Estado Novo e mais tarde na Ditadura Militar.
Qual a importância dos DOPS para os dirigentes sindicais?
Esse documento também era fundamental para a escolha dos dirigentes sindicais. Até a criação da Operação Bandeirante (OBAN) em 1969, os DOPS foram os órgãos de repressão utilizados pelos militares.
Quais são os objetivos dos DOPS?
Inicialmente os DOPS procuravam coibir crimes de ordem pública e social relacionados à “vadiagem”, à prática da capoeira e a manifestações religiosas afro-brasileiras. Ao longo do crescimento da oposição ao governo, foi tornando-se um órgão cada vez mais direcionado ao combate dos movimentos de esquerda no país.
Como era a resistência à ditadura?
Começou em meados dos anos 1970 o segundo grande ciclo de resistência materializada em ações de protestos e críticas generalizadas ao regime, por vários setores sociais. Sobretudo a partir de 1977, o espírito de oposição aumentou, à medida que a própria crise econômica se avizinhava.
Como era a censura durante a ditadura?
A imprensa foi alvo da censura durante a ditadura instaurada pelo golpe civil-militar de 1964, que assumiu múltiplas formas: a lei da imprensa de 1967, a censura prévia, em 1970, a autocensura.
Como era a tortura na ditadura?
Os torturadores aplicavam descargas elétricas violentas nas orelhas, no ânus, na vagina e no pênis dos torturados. O método envolvia fazer o preso sentar em um assento de madeira revisto com folha de zinco (cadeira-do-dragão) e coloca um balde de metal em sua cabeça (conetado a eletrodos).
Qual era o papel do DOPS no governo militar?
O Dops foi um braço da ditadura militar, compondo uma rede integrada de repressão contra os chamados “inimigos do regime”. Além de agir como um órgão punitivo, também fichava as pessoas com a missão de identificar suspeitos de conspirarem contra a ditadura.
Quem fazia a censura na ditadura militar?
Outro caso conhecido de censura por razões não-políticas foi a imposta a Adoniran Barbosa, que compunha de acordo com o dialeto caipira, obrigado a corrigir as letras de suas canções de acordo com a gramática, caso quisesse gravá-las.
Qual era o objetivo da censura?
Censura (do latim censūra) é a desaprovação e consequente remoção da circulação pública de informação, visando à proteção dos interesses de um estado, organização ou indivíduo. Ela consiste em toda e qualquer tentativa de suprimir a circulação de informações, opiniões ou expressões artísticas.
Quais os tipos de torturas usadas durante a ditadura militar?
Dentre os tipos de torturas mais utilizadas, destacam-se 10: pau-de-arara, choque elétrico, pimentinha, afogamento, cadeira do dragão, geladeira, palmatória, produtos químicos, agressões físicas e tortura psicológica.
Porque as pessoas eram torturadas na ditadura militar?
Durante os chamados anos de chumbo, assim como na ditadura Vargas (período denominado Estado Novo ou República Nova, em alusão à República Velha, que findava), houve a prática sistemática da tortura contra presos políticos – aqueles considerados subversivos e que, alegadamente, ameaçavam a segurança nacional.
Qual era a finalidade da tortura?
Tortura-disciplina. “II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.
O que foi o SNI na ditadura militar?
Órgão da Presidência da República criado em 13 de junho de 1964 pela Lei nº 4.341 com a finalidade de superintender e coordenar nacionalmente as atividades de informação e de contra-informação, em particular aquelas de interesse para a segurança nacional.
O que é um milagre econômico?
Milagre econômico brasileiro é o nome pelo qual ficou conhecido o período entre as décadas de 1960 e 1970 em que o país registrou forte crescimento do PIB. O bom momento teve reflexos inclusive no mercado financeiro.
Como acabou o Dops?
O Dops de São Paulo seria extinto às vésperas da posse do governador eleito pelo PMDB, Franco Montoro. O delegado Romeu Tuma, último chefe do Dops paulista, foi nomeado diretor da Polícia Federal no Estado, para onde foram transferidos os arquivos.
Por Marina Amaral
Aos 80 anos, José Paulo Bonchristiano conserva o porte imponente dos tempos em que era o “doutor
Paulo”, delegado do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo, “o melhor departamento de
polícia da América Latina”, não se cansa de repetir.
Globo, Folha, Bradesco – e Niles Bond
Bonchristiano é um dos poucos delegados ainda vivos que participaram desse período, mas ele evita falar
sobre os crimes. Prefere soltar o vozeirão para contar casos do tempo em que os generais e empresários o
tratavam pelo nome.
Afinidades eletivas: o DOPS e a CIA
Bacharel de Direito pela PUC-SP, filho de uma farmacêutica e um bancário, José Paulo Bonchristiano não
entrou na polícia política por acaso. Ele e a turma de amigos da faculdade – seis deles futuros delegados do
DOPS – eram anticomunistas viscerais e católicos conservadores, e representavam a direita no centro
acadêmico 22 de agosto.
Freddie Perdigão
Cláudio Guerra atraiu a atenção dos militares da linha dura, como o coronel Freddie Perdigão, do Exército e do SNI (Serviço Nacional de Informações), e o comandante Antônio Júlio Vieira, do Cenimar (Centro de Informações da Marinha), porque era um dos matadores do esquadrão da morte da Polícia Civil do Espírito Santo.
Guerrilheiros incinerados
Cláudio Guerra conta que, a partir de 1973, alguns militares começaram “a discutir o que fazer com os corpos dos eliminados na luta clandestina”. O delegado do Dops revela que “a primeira tentativa foi a de um intercâmbio de cadáveres. A equipe do Rio passou a despachar os corpos para São Paulo e vice-versa.
Massacre da Lapa
Há livros esclarecendo o massacre da cúpula do PC do B, em 1976, mas Cláudio Guerra, em “Memórias de uma Guerra Suja”, apresenta nuances. “A Chacina da Lapa foi realmente uma chacina. Eles estavam desarmados. Pejota [tenente Paulo Jorge, da PM] matou [Ângelo] Arroyo, e [o delegado Sérgio] Fleury, [Pedro] Pomar.
Matar Brizola e Gabeira
Parte dos militares que organizaram o golpe de 1964 tinha fixação no político gaúcho Leonel Brizola. Alguns cogitaram matá-lo, inclusive planejando derrubar um avião no qual estaria. Em “Memórias de uma Guerra Suja”, o delegado Cláudio Guerra declara: “O coronel Perdigão e o comandante Vieira me escalaram para matar Leonel Brizola”.
Morte de Fleury
No livro “Brasil: De Castello a Tancredo” (Paz e Terra, 608 páginas, tradução de Mário Salviano Silva), o brasilianista Thomas Skidmore escreve: “A morte de [Sérgio] Fleury atendia muito convenientemente ao plano de [João] Figueiredo de prosseguir com o projeto de Abertura”.
Bancos e empresas
A Operação Bandeirantes (Oban) era financiada por empresários e o delegado Cláudio Guerra escancara os nomes das empresas e bancos. “Eram dois os bancos que apoiavam nossas operações: o [Banco] Mercantil de São Paulo [S/A] e o Sudameris.
O agente da CIA
A CIA atuou ao lado dos homens do porão na ditadura? O delegado do Dops Cláudio Guerra diz que pelo menos um agente da CIA, que não torturava nem matava, trabalhou com os militares. Jone Romaguera Trotte, o suposto agente, repassava armas para o policial. “A principal função dele era trazer armamento.
Moção de apoio internacional
As décadas passaram, mas as paredes descascadas vão puxando as memórias. As lembranças mais sombrias não são ditas; as que elas compartilham entre si são as do dia a dia na prisão.
Símbolo de outros períodos de repressão
Segundo o assessor de relações institucionais da Polícia Civil, o delegado Gilbert Stivanello, a Polícia Civil não abrirá mão do prédio, que é “muito importante” para a instituição e representa muitos outros períodos da história da instituição.
País de ‘apagamento de rastros’
Lá estiveram presos Luis Carlos Prestes e Olga Benario – antes de ser deportada e entregue à Alemanha nazista de Hitler, onde morreria em um campo de concentração.
História
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O que normalmente se chama de DOPS são as unidades de Polícia Política de cada estado, responsável pela repressão a comunistas, anarquistas, sindicatos e movimentos sociais. Isto desde a Primeira República. Estavam estruturadas a partir de delegacias, divisões ou departamentos da Polícia Civil de cada estado da federação – em especial São Paulo e R…
Arquivos
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Os arquivos dos numerosos DOPS existentes até o início da década de 1980 tiveram destinos diversos. Os do Rio Grande do Sul, que foi o primeiro a ser extinto, em 27 de maio de 1982, teriam sido queimados, conforme as informações oficiais, ainda que muitos acreditem que o acervo esteja guardado em local secreto.[7] Após a extinção do DOPS, seu arquivo ficou sob a guarda d…
A Atuação Da Polícia Na Legislação após A redemocratização
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Compete ao Departamento de Polícia Federal (DPF) a apuração das infrações penais contra a ordem política e social, decorrentes de atos que atentem contra os princípios estabelecidos na Constituição Federal brasileira, especialmente contra o regime democrático nela consagrado.[14] O Regimento Interno do DPF, aprovado pela Portaria n º 2.877-MJ, de 30.12.2011 (Publicada no …