Como a greve dos caminhoneiros pode interferir nas operações do Porto DeSantos?
A greve dos caminhoneiros do litoral de São Paulo pode interferir nas operações do porto de Santos, um dos principais do Brasil e o maior em movimentação volume de cargas e contêineres.
Quais são os impactos da greve?
Os reflexos da greve nos postos de combustíveis são percebidos em diversos Estados. Levantamento da Fecombustíveis mostra que 90% ou mais dos postos estão sem produtos para venda ao consumidor na Bahia, no Distrito Federal e em Minas Gerais.
O que aconteceu com os caminhoneiros no Mato Grosso?
Paralisação de caminhoneiros no Mato Grosso: aliados do presidente e apoiadores do agronegócio bloquearam estradas em 15 estados (Estadão Conteúdo/CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS) Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta.
Zerar a Cide sobre o diesel
Um acordo entre governo e Congresso sinalizou para o fim da cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel. A alíquota é fixa, de R$ 0,05 por litro.
Política de preços da Petrobras
A Petrobras anunciou, na noite de quarta-feira (23), uma redução de 10% no preço do diesel nas refinarias. Com isso, o preço cairá para R$ 2,1016 o litro nas refinarias e permanecerá inalterado por 15 dias, informou a estatal.
Quem não vai parar e nega grande adesão
Líder dos caminhoneiros do Piauí, o motorista Edvan Ferreira diz acreditar que a greve do dia 1º de novembro vai acontecer, mas que ela “não prosperará”. “É difícil dizer, pois tudo é muito imprevisível. Mas o Piauí está fora”, afirmou.
O que querem os caminhoneiros
Os caminhoneiros autônomos reivindicam que o governo reveja o Preço de Paridade de Importação (PPI) praticado pela Petrobras. Adotada durante o governo de Michel Temer (MDB), essa política faz com que os valores de venda dos combustíveis sigam o mercado internacional e a variação do dólar.
O que tem falado o governo
Desde o anúncio da greve em 1º de novembro, o governo federal tem tentado algumas medidas para apaziguar os ânimos dos caminhoneiros grevistas. Uma delas foi a proposta do auxílio-diesel.
Previsão
De acordo com pronunciamento do presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Santos, a paralisação será iniciada no dia 1º de novembro, caso o governo não atenda aos pedidos do setor, em até 15 dias.
Movimento grande
Em caso de paralisação, esse será o primeiro movimento dos sindicatos, cooperativas e federações de todo o país, desde a greve que marcou maio de 2018.
Peso maior no bolso dos mais pobres
Para Galhardo, o primeiro golpe seria sentido em produtos que já estão com o preço distorcido, o que afeta justamente as classes mais vulneráveis da população.
Dependência do transporte rodoviário
A professora e coordenadora do Centro de Excelência em Logística e Supply Chain da FGV Priscila Miguel explica que o impacto de uma paralisação de caminhoneiros toma proporções enormes por causa da dependência que o país ainda tem em relação à distribuição de cargas.
Pior que em 2018?
Dados de um relatório do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) apontam como a greve dos caminhoneiros impactou fortemente a economia brasileira em 2018, momento em que era ainda maior a dependência do transporte rodoviário de carga.
Difícil para os próprios caminhoneiros
É também por isso que os caminhoneiros podem ter que repensar sua estratégia, afirmam os especialistas. “Isso acaba trazendo problemas para a imagem dos caminhoneiros também. E isso é exatamente o que eles não querem. Eles sabem da importância de ter o apoio da população”, diz Galhardo.
Governo dobra a aposta
Por enquanto, o governo adota um tom cético em relação à greve. Em entrevista à repórter Anna Russi, de Brasília, um assessor especial do ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) disse que a pasta acompanha a categoria de perto desde 2019, após o susto do ano anterior, e que, por enquanto, não há motivo para preocupações.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, foram registrados pontos de concentração em rodovias federais em 14 estados. Bolsonaro enviou mensagem de áudio para os caminhoneiros pedindo a liberação das estradas
Paralisação de caminhoneiros no Mato Grosso: aliados do presidente e apoiadores do agronegócio bloquearam estradas em 15 estados (CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/Estadão Conteúdo)
Bloqueios
Às 11h, o Ministério da Infraestrutura informou que há concentração de caminhoneiros em rodovias federais de 14 estados, com interdições apenas na Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.