Quais foram os motivos para o fim da Inquisição?
Todos os males tem um fim e hoje mesmo comemoram-se os 200 anos do fim da Inquisição em Portugal. A lavagem étnica levada a cabo acabaria por repetir-se um pouco por toda a Europa ao longo dos tempos, com exemplo maior do extermínio programado e estruturado pelo regime nazi.
Qual era o resultado da inquisição feita ao réu?
Na realidade, é óbvio que estavam perfeitamente conscientes do destino a que estavam a entregar os sentenciados “relaxados”. O resultado da inquisição feita a um réu era entregue ao poder secular ou nem sequer seguia para lá.
Quais as sentenças da Inquisição?
O sambenito, num desenho de Goya. As sentenças da Inquisição poderiam ser, além da morte na fogueira, o exílio, multas, as galés, a prisão perpétua, e o confisco de bens e propriedades. A bula Ad Extirpanda determinava que as casas dos hereges deveriam ser completamente arrasadas.
Como foi introduzida a Inquisição em Portugal?
A Inquisição foi introduzida em Portugal no reinado de D. João III, em 1536, após hesitações da Santa Sé. D. Manuel I, em 1515, já requerera a instalação da Inquisição no país. Mas só com D. João III e após vários anos de negociações é autorizada, e, tal como em Espanha, fica sob a alçada do Rei.
Descrição geral
Origem e histórico
A instalação desses tribunais era muito comum na Europa a pedido dos poderes régios. Diz Oliveira Marques em História de Portugal, tomo I, página 393: «(…) a Inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objetivos ideológicos, econômicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. A sua atividade, rigor e coerência variaram consoante a época.»
Procedimentos
O procedimento habitual começava com o anúncio de um período de graça, enunciado num “Édito de Graça”. Numa localidade escolhida, visitada pelos inquisidores, era pedido aos chamados hereges que se apresentassem, e que fossem feitas denúncias; este era o método básico de encontrar suspeitos de heresia.
Julgamento e Sentenças
Os julgamentos inquisitoriais pouco tinham a ver com a justiça. A aceitação de testemunhas de acusação suspeitas, a ocultação da sua identidade ao réu, os boatos e denúncias anónimas aceites como factos provados, o papel de figurante do advogado de defesa quando este existia, o uso da tortura, são a “perversão sistemática e metódica” dos conceitos mais básicos dum julgame…
Estatísticas
Desde o século XIX, os historiadores têm gradualmente extraído estatísticas dos registros dos tribunais inquisidores, a partir das quais estimativas foram calculadas ajustando o número registrado de condenações pela taxa média de perda de documentos para cada período de tempo compilado. O professor italiano de história renascentista e perito em Inquisição Carlo Ginzburg tem as suas dúvidas sobre a utilização de estatísticas para chegar a um julgamento sobre o per…
Censura literária
O Index ou Index Librorum Prohibitorum era a lista de livros proibidos cuja circulação tinha de ser controlada pela Inquisição. Os livros autorizados eram impressos com um “imprimatur” (“que seja publicado”) oficial. Assim era evitada a introdução de conteúdo considerado herege pela Igreja.
Em 1558 foi introduzida na Espanha (pela própria Coroa Espanhola, à revelia da Igreja) a pena de morte para quem importasse livros estrangeiros sem permissão ou para quem imprimisse sem …
Posição actual da Igreja Católica
A reflexão sobre a actividade inquisitorial da Igreja Católica começou a ser seriamente levada a cabo no período de preparação para o Grande Jubileu de 2000, por iniciativa de João Paulo II, que apelou ao arrependimento de “exemplos de pensamento e de acção que são de facto uma fonte de anti-testemunho e de escândalo”.
A 12 de Março de 2000, durante a celebração do Jubileu, o Papa, em nome de toda a Igreja Cató…
Ver também
• Intolerância religiosa
• Cayetano Ripoll (a última vítima)